
Diante dessa questão, empresários e executivos talvez observem que tudo depende do governo, em suas várias instâncias. Representantes governamentais poderão apontar a falta de empenho do setor privado. No "empurra-empurra", uma das poucas coisas com que os dois lados concordarão é que gerenciar melhor se mostra imprescindível.
E também dirão que estão aprendendo a fazê-lo graças especialmente a uma pessoa: o engenheiro mineiro Vicente Falconi, sócio-fundador da firma de consultoria INDG e professor emérito da Universidade Federal de Minas Gerais. Não é exagero afirmar que Falconi é o principal consultor do Brasil na atualidade. Daqui a pouco, talvez até seja considerado um dos principais consultores do mundo -25% dos cerca de 900 consultores do INDG vêm atendendo clientes no exterior e a meta de sua empresa é se tornar uma das dez principais consultorias mundiais em dez anos, desmentindo o velho ditado "casa de ferreiro, espeto de pau". Em contraste com sua discrição mineira, seu desempenho nada tem de acanhado. Em sua carteira de clientes há empresas do porte de AmBev/InBev, Gerdau, Sadia, Votorantim, Vale, Arcelor-Mittal, Unibanco e, em seu retrospecto, forte influência na internacionalização bem-sucedida dessas e de outras empresas. Além disso, financiado por duas organizações não-governamentais ligadas a empresários, a Fundação Brava e o Movimento Brasil Competitivo, o INDG está introduzindo no setor público a mesma capacidade gerencial que implanta nas empresas. É uma verdadeira revolução silenciosa em marcha. O Estado de Minas Gerais, por exemplo, saiu de um déficit de 12% no orçamento -e da moratória- em 2003 para, em 2006, ter superávit e R$ 3 bilhões para investir.
E, se seu trabalho começou apenas com as metas de reduzir as despesas e a sonegação, agora ganha contornos mais ambiciosos e competitivos. Em rara entrevista, concedida com exclusividade, em três encontros, a José Salibi Neto e Adriana Salles Gomes, respectivamente chief-knowledge officer do HSM Group e editoraexecutiva de HSM Management, Falconi compartilha sua receita de bom gerenciamento -baseado no método-, explica o que é realmente método, enfatiza a importância da liderança e da busca de conhecimento técnico, aponta o impacto da cultura organizacional e da meritocracia, e conta um pouco da revolução silenciosa. Ele se mostra otimista sobre o futuro.
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