
Pode-se falar na institucionalização dos Brics?
CELSO AMORIM: Assinar um tratado e dizer que vai formar grupo não é imediato. Mas haverá reuniões periódicas. Na busca de respostas à crise, os Brics podem dar uma grande contribuição. Uma opção é o comércio em moeda comum, como fazemos com a Argentina. Quando (o presidente russo Dmitri) Medvedev se encontrou com o presidente Lula em novembro, o comércio da Rússia com o Brasil caiu brutalmente por razões externas. Os ministros dos quatro países podem tratar deste assunto nos próximos encontros.
A ideia da criação de um banco de fomento continua na pauta?
AMORIM: Podemos desenvolver um banco de fomento entre os quarto países. Evidentemente, outras coisas mais urgentes tomaram a frente na agenda. Mas os Brics podem, sim, ter um papel importante nesta área. Vê-se pelo aporte de U$ 10 bilhões que o Brasil fez no FMI, outros US$ 10 bilhões da Rússia, US$ 50 bilhões da China. Isso só confirma que eles podem atuar juntos.
Os Brics tendem a tomar lugar de outros grupos?
AMORIM: Os Brics são importantes mas não vieram para substituir outras alianças especiais que já temos constituídas, como o Ibas (Índia, Brasil e África do Sul), a aproximação dos países latino-americanos, a parceria estratégica que temos com a União Europeia ou as excelentes relações com os EUA. São relevantes pelo seu peso na economia mundial. São os New Kids on the Block.
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