sábado, 16 de maio de 2009

Pesquisa: Gerente fala?

INFORMAÇÃO É PODER?

Os gestores têm uma boa parcela de culpa no imbróglio da comunicação. Eles podem ter a obrigação de repassar a informação e não o fazem deliberadamente. Isso ocorre por algumas razões: [1] o gerente não acredita que comunicar é uma atividade importante para o trabalho; [2] o gerente tem receio de que alguém da equipe saiba usar uma informação melhor que ele e por isso a sonega; [3] o gerente tem preguiça. “Falhas de comunicação resultam em relacionamentos truncados, o que acaba levando a um clima ruim dentro das áreas”, diz o professor Samuel Borges, de Campinas, interior de São Paulo, que ensina profissionais de empresas como Grupo Gerdau, Petrobras, Motorola e Unibanco a se comunicar melhor.

É nesse ponto que a comunicação ruim produz conflitos. Não por acaso, 54,9% dos entrevistados pela pesquisa do Grupo DMRH disseram não haver um ambiente de confiança mútua na empresa em que trabalham, enquanto sete em cada dez deles afirmam ser o escritório um ambiente de muita competitividade. Para fazer com que todos caminhem na mesma direção, a administradora Juliana Bremer, de 30 anos, coordenadora de capacitação comercial da Bayer Cropscience (divisão de desenvolvimento de sementes e biotecnologia da Bayer), faz reuniões individuais pelo menos uma vez por semana com os cinco funcionários do time. Na conversa, eles revisam a semana anterior, definem metas e tarefas para os próximos dias.

“Dessa forma, consigo garantir que todos entenderam seu papel e que os resultados virão como esperado”, diz. Numa visão moderna de gestão, o papel do gestor não pode ser apenas transmitir a informação corretamente. “Ele precisa criar um ambiente em que as pessoas possam discutir e questionar as informações”, diz Jacqueline Resch, sócia-diretora da consultoria Resch Recursos Humanos, do Rio de Janeiro. É o que faz Bernardo Hees, presidente da ALL, empresa de transporte ferroviário com sede em Curitiba, no Paraná. Bernardo passa ao menos uma semana do mês em campo, ouvindo e trocando informações com os funcionários. Quando assumiu o cargo de presidente, em 2005, passou os primeiros 90 dias no comando percorrendo as bases da empresa, em terminais, nos caminhões e trens, para ouvir o que os funcionários tinham a dizer. “O problema é achar que as soluções estão no alto escalão da companhia.

Os executivos têm as perguntas, mas as respostas são dadas por quem está no dia-a-dia da operação”, diz Bernardo. Onde a coisa pega No dia-a-dia, problemas de informação ocorrem quando.. ... a empresa muda muito suas estratégias e metas, ... há excesso de informação, consumindo o tempo do gestor, ... o gestor é técnico, com baixa aptidão para se comunicar ... a rádio-peão é mais rápida do que o gestor ou a empresa, ... a mensagem passa por muita gente até chegar ao analista, ... um gestor sonega informações por medo de perder o posto, ... a chefia não tem objetividade na hora de informar a equipe, ... o gestor não sabe ao certo para onde a empresa/área deve seguir, ... as informações são liberadas aos poucos e desordenadamente. Anderson Santos Pereira 35 anos, gerente comercial da Nextel no Rio Grande do Sul Quando o paulistano Anderson Santos Pereira, de 35 anos, assumiu a gerência da unidade gaúcha da Nextel, em agosto de 2007, um dos seus maiores desafios foi alinhar a comunicação com o time. A equipe estava desmotivada por desconhecer as metas individuais. “As pessoas só conheciam os objetivos da unidade”, diz. Baseado nos planos da empresa, Anderson conversou individualmente com os 14 membros da equipe, ouviu o que cada um tinha a dizer, anotou sugestões, dividiu os clientes de acordo com o perfil de cada integrante do time e traçou objetivos claros para todos. “Com maior transparência, as pessoas compreenderam os rumos que a companhia queria tomar e o papel delas.”

Escrever não é falar Para ter sucesso na linguagem escrita, é preciso dominar vocabulário, gramática e construção das frases. O maior problema ocorre quando se tenta escrever da mesma forma que se fala. Nesse caso, o resultado pode ser um texto incompreensível. Para se expressar bem na linguagem escrita, além de praticar bastante: • leia e releia suas mensagens antes de enviá- las, para encontrar e corrigir os erros; • espere um pouco antes de enviá-las. Quanto mais tempo passar, mais fácil será ler de forma isenta e descobrir possíveis interpretações erradas; • peça ajuda a terceiros para checar o entendimento e a clareza do texto. Mais que mil palavras As informações que você emite com o rosto, os braços e o tom de voz causam mais impacto do que o conteúdo que está sendo passado.

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