
Simples ou complicado?
Este blog acaba de ser desarrolhado. Ele pretende ser um espaço que junte a vontade de beber - com direito a opinar - com a de se informar. A lei pode ser seca, mas nós temos sede. Aqui, o papo é sobre vinho.
Segundo um artigo da Universidade Daves da Califórnia uma garrafa de vinho é constituída de 85% de água e 12% de álcool. Os 3% restantes — elementos como ácidos, açúcar, glicerol, polifenóis, minerais e outras substâncias —, misturados à água e ao álcool, dão a personalidade e o caráter desta que é a bebida mais comentada de todo o mundo. Ou seja, a discussão gira em torno do que estes 3% são capazes de entregar. Inúmeras páginas na internet, milhares de livros e revistas especializadas são escritas para debater seus aromas, sabores e dissertar sobre sua origem. Por que isso? Por uma simples razão: vinho é uma bebida cheia de manhas, que tem na diversidade sua maior qualidade e seu maior desafio para quem tenta entendê-la. Escolher um entre tantos rótulos, reconhecer o que vai dentro da taça e ainda por cima saber com qual comida fica melhor é trabalho de muitos anos de convívio com as garrafas e os livros. Vamos combinar, é um mundo maravilhoso, mas é complicado mesmo, se não, por que tanta gente tenta descomplicá-lo? Cerca de 150 são plantadas comercialmente em quantidades mais significativas (conheça as principais uvas tintas e brancas). Mesmo o mais aplicado dos connoisseurs está sempre se surpreendendo, e aprendendo, com as novidades que encontra engarrafadas. Uma rápida pesquisa no site de buscas Google, o oráculo do nosso tempo, traz números impressionantes. São 320.000.000 respostas para a palavra wine e 11.400.000 para vinho. Só para efeito de comparação, uma bebida de apelo mais popular como a cerveja não merece mais do que 202.000.000 registros em inglês e 7.350.000 em português. Não deveria ser o inverso?A crítica inglesa Jancis Robinson tenta jogar uma luz ao explicar tamanho interesse em entrevista à VEJA.com: “O vinho está na moda, é símbolo de status, cultura e sofisticação”. Esta é uma parte da equação. Uma outra parte, talvez, diz mais respeito à necessidade do ser humano de fazer parte de um grupo — neste caso, pertencer àquele núcleo de pessoas que, presume-se, “entendem de vinho”. O vinho propicia este encontro ao confrontar o gosto pessoal ao gosto do outro, o conhecimento de uns à desinformação de muitos. Cada taça provada é um verbete a mais no dicionário particular. A régua da experiência, aqui, é medida em litros e letras — o apaixonado pela bebida está sempre anotando a safra, o produtor, suas impressões e buscando mais infomações sobre aquilo que acabou de provar. Para estas pessoas, não basta o prazer de beber, é preciso saber o que se está provando.
Os melhores vinhos não são grandes pelo poder que têm de nos subjugar, e sim por sua aparente infinitude. Retornamos a ele diversas vezes, e a cada vez somos iluminados por uma nova sensação.
Este blog acaba de ser desarrolhado. Ele pretende ser um espaço que junte a vontade de beber - com direito a opinar - com a de se informar. A lei pode ser seca, mas nós temos sede. Aqui, o papo é sobre vinho.
Segundo um artigo da Universidade Daves da Califórnia uma garrafa de vinho é constituída de 85% de água e 12% de álcool. Os 3% restantes — elementos como ácidos, açúcar, glicerol, polifenóis, minerais e outras substâncias —, misturados à água e ao álcool, dão a personalidade e o caráter desta que é a bebida mais comentada de todo o mundo. Ou seja, a discussão gira em torno do que estes 3% são capazes de entregar. Inúmeras páginas na internet, milhares de livros e revistas especializadas são escritas para debater seus aromas, sabores e dissertar sobre sua origem. Por que isso? Por uma simples razão: vinho é uma bebida cheia de manhas, que tem na diversidade sua maior qualidade e seu maior desafio para quem tenta entendê-la. Escolher um entre tantos rótulos, reconhecer o que vai dentro da taça e ainda por cima saber com qual comida fica melhor é trabalho de muitos anos de convívio com as garrafas e os livros. Vamos combinar, é um mundo maravilhoso, mas é complicado mesmo, se não, por que tanta gente tenta descomplicá-lo? Cerca de 150 são plantadas comercialmente em quantidades mais significativas (conheça as principais uvas tintas e brancas). Mesmo o mais aplicado dos connoisseurs está sempre se surpreendendo, e aprendendo, com as novidades que encontra engarrafadas. Uma rápida pesquisa no site de buscas Google, o oráculo do nosso tempo, traz números impressionantes. São 320.000.000 respostas para a palavra wine e 11.400.000 para vinho. Só para efeito de comparação, uma bebida de apelo mais popular como a cerveja não merece mais do que 202.000.000 registros em inglês e 7.350.000 em português. Não deveria ser o inverso?A crítica inglesa Jancis Robinson tenta jogar uma luz ao explicar tamanho interesse em entrevista à VEJA.com: “O vinho está na moda, é símbolo de status, cultura e sofisticação”. Esta é uma parte da equação. Uma outra parte, talvez, diz mais respeito à necessidade do ser humano de fazer parte de um grupo — neste caso, pertencer àquele núcleo de pessoas que, presume-se, “entendem de vinho”. O vinho propicia este encontro ao confrontar o gosto pessoal ao gosto do outro, o conhecimento de uns à desinformação de muitos. Cada taça provada é um verbete a mais no dicionário particular. A régua da experiência, aqui, é medida em litros e letras — o apaixonado pela bebida está sempre anotando a safra, o produtor, suas impressões e buscando mais infomações sobre aquilo que acabou de provar. Para estas pessoas, não basta o prazer de beber, é preciso saber o que se está provando.
Os melhores vinhos não são grandes pelo poder que têm de nos subjugar, e sim por sua aparente infinitude. Retornamos a ele diversas vezes, e a cada vez somos iluminados por uma nova sensação.
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